quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Adaptações

[Sobrena - Cadaval, Dezembro de 2006, FF]
" O hábito é o balastro que prende o cão ao seu vómito.
Respirar é um hábito. A vida é um hábito.
Ou melhor, a vida é uma sucessão de hábitos, porque o indivíduo é uma sucessão de indivíduos [...] «Hábito» é pois o termo genérico para os inúmeros contratos celebrados entre os inúmeros sujeitos que constituem o indivíduo e os seus inúmeros objectos correlativos.
Os períodos de transição que separam as consecutivas adaptações [...] representam as zonas perigosas na vida do indivíduo, perigosas, penosas, misteriosas e férteis, em que, por um momento, o tédio de viver é substituído pelo sofrimento de ser. "
Samuel Beckett, in 'À Espera de Godot'

4 comentários:

Joker disse...

Estranha...
Sinto-me completamente atrofiada ao ler estes textos (de génio), onde pesa a razão e onde emoções se decompõem desta forma simplista mas dolorosa.
Ao ler, perdi a vontade de comentar. Sim, isto de te comentar começa a ser um hábito...mas nunca tinha pensado nisso...
Saio a modos que meio presa, meio algemada e meio chateada com a vida!
Apetece dizer: "#$#/()/&%$&/()=

rui disse...

Olá Estranha Pessoa

Que foto mais linda!
Óptimo jogo de luz. Bem conseguido.

No dia a dia da vida, a repetição dos mesmos gestos, as mesmas palavras, a monotonia das relações e o inevitável tédio de viver.

Um abraço
o senhor do mar

Joker disse...

Para quebrar a monotonia...roubei-te a musica...
Nunca o tinha feito heheheeh

Afinal na rotina há sempre desvios que podem fazer...!!!!!

O enigma do retorno à inocência!

Teresa Durães disse...

uma linda fotografia
mas hoje seria a segunda vez que discordaria com Beckett e penso que é demais. Acredito que para uma grande maioria das pessoas até tenha razão. Para uma maioria mas não todas

Boa noite