domingo, 21 de outubro de 2012

Gil Vicente

 
 
Às vezes existem viúvas-alegres, desmazeladas de ancas caídas e sobrolhos insípidos.
Às vezes há casais enfadonhos, risos contidos de mãos soltas.
Às vezes de pijamas caídos, mamilos esquecidos.
Destinos escolhidos.
Pior ainda. Do medo de e...
starem sozinhos.
Às vezes.
Tantas vezes é assim.
Fazem-se funerais sem corpos. Buracos sem terra. Jazigos sem portas.
E ainda o padre está no baptizado, e já se ouvem choros de velórios.
Vão-se embora com medo das lágrimas, dos soluços, do risco da retina.
Vão-se embora ainda com borbulhas por nascer. Barba por crescer. Patilhas por cortar.
Existem homens assim.
Que nascem do ventre da mãe, e que nunca chegam a ganhar os tomates do pai.
Às vezes existem mulheres católicas. Que se ajoelham por gente. Que nunca chegam a seres humanos.
É o que não falta para aí… tantos funerais assim.
De falsos artesões da vida.
De cadeiras duras. Bancos de madeira. Placitudes de vento.
Fecha-se a porta da igreja. Correntes de ar da vida.
Porque de mortes fundamentalistas está a Barca de Gil Vicente cheia.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


"O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte." Gandhi

terça-feira, 16 de outubro de 2012

in|cansaço

"Porque é que é sempre nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais a falta das pessoas de quem amamos? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende." Miguel Esteves Cardoso