domingo, 14 de fevereiro de 2010

Nu[m]a Rua

Ás vezes mais que necessário, é imperativo mudar de ares.
De palavras. De roupagem.
Estarei por entre ruas e ruelas a fazer dos portugueses os autores do meu próximo blog.
Amanhã nas bancas [isto se os Portugueses estiverem na Rua].

http://numarua.blogspot.com/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

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[Lisboa - Chiado, FF]

"Nas relações amorosas o único sentimento que não funciona é o da piedade. Quando é o caso de que se devesse manifestar, o que surge não é a piedade mas o asco ou a irritação. Eis porque em relação alguma se é tão cruel. Todos os sentimentos têm o seu contraponto. Excluída a piedade, a crueldade não o tem. Por experiência se pode saber quanto se sofre quando não se é amado. Mas isso de nada vale quando se não ama quem nos ama: é-se de pedra e implacável. Decerto, tudo se pode pedir e obter. Excepto que nos amem, porque nenhum sentir depende da nossa vontade. Mas só no amor se é intolerante e cruel. Porque mostar amor a quem nos não ama rebaixa-nos a um nível de degradação. E a degradação só nos dá lástima e repulsa. A única possibilidade de se ser amado por quem nos não ama é parecer que se não ama. Então não se desce e assim o outro não sobe. E então, porque não sobe, ele tem menos apreço por si, ou seja, mais apreço pelo amante. O jogo do amor é um jogo de forças. Quanto mais se ama mais fraco se é. E em todas as situações a compaixão tem um limite. Abaixo de um certo grau a compaixão acaba e a repugnância começa. Assim, quanto mais se ama mais se baixa na escala para quem ao amor não corresponde."

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 3'