quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Balanço

[Praça das Caldas, 2006, FF]

"Passamos metade da vida à espera daqueles que amamos

e a outra metade a deixar os que amamos."

Victor Hugo

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Coisa Indefinida

[Santarém, Janeiro de 2007, FF]
Se Deus não existe...
O pior de tudo é que eu digo e afirmo - Deus não existe! - mas na realidade não sei se Deus existe ou não.
Não há nada que o prove - ou que prove o contrário.
O pior de tudo é que eu sinto uma sombra por trás de mim e não sei por que nome lhe hei-de chamar.
O pior que podia acontecer no mundo foi alguém pôr esta ideia a caminho.
Mas mesmo que Deus não exista, tenho medo de mim mesmo, tenho medo da minha alma, tenho medo de me encontrar sós a sós com a minha alma, que é nada,
o fim e o princípio da vida e a razão do meu ser.
Mesmo que Deus não exista e a consciência seja uma palavra,
há ainda outra coisa indefinida e imensa diante de mim, ao pé de mim, perto de mim.
Raul Brandão, in "Húmus"

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Sentido Absoluto

[Torres Vedras, 2006, FF]

"Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer."

José Luís Peixoto in Diário de Notícias (Notícias Magazine)

Miocárdio Pedido XVII - Mianinha









[Ilha do Baleal, 2006, FF]

"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível

mudar tudo que nos deixa infelizes.

O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não'

pode mudar toda a nossa existência."

Paulo Coelho in Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei

O Miocárdio Salgado desta madrugada vai directamente

para a margem do Rio Douro.

Mianinha,

Que o teu Palco seja aquele que tu quiseres.

E que sintas sempre mas, sempre... que os aplausos estão lá!

Bem à beira de um qualquer rio.

Aquele rio que se ri de um riso contagiante para ti!

Miocárdio Pedido ao ritmo de I Still Haven't Found What I'm Looking For (Live (2) By U2

sábado, 27 de janeiro de 2007

Caída


[FIESA - Cidade de Areia, Pêra - Algarve, 2006, FF]
"Um dia falaste-me em Apoio.
Eu também gostava de sentir algum!"
Estranha pessoa esta

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Olhos lassos

[Santarém, Janeiro de 2007, FF]

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali..."

José Régio

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Etceteras

[Parque dos Lápis - Cadaval, 2006, FF]

E de repente tudo me cheira a reticências
e muitos etceteras.
Espero eu que não cheire a exclamações.
Pois, tenho para mim que isso seria
a verdadeira interrogação!
Estranha pessoa esta

Fotodicionário - Medo

[FIESA - Cidade de Areia, Pêra - Algarve, 2006, FF]
"Todos os homens têm medo.
Quem não tem medo não é normal;
isso nada tem a ver com a coragem."
Jean-Paul Sartre
Para quem já conhece o blog não é novidade.
Para quem não conhece faz favor
lá ir.
Todas as semanas sugerem uma palavra.
O que a malta tem que fazer é enviar a imagem / fotografia
que na sua opinião ilustra essa mesma palavra.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Miocárdio Pedido XVI - Para aqueles que SENTEM um qualquer pulsar








[Serra de Montejunto, 2006, FF]
O Miocárdio de hoje é para todos aqueles que sentem.
Mas, sentir mesmo mesmo sentir!
Não apenas existir.
É Sentir!
Sentir o vento na face.
Sentir um arrepio na pele.
Sentir uma picada na aorta.
Sentir um aperto no miocárdio.
Sentir como se sente uma árvore.
Raíz, troncos, folhas, flores.
Despida.
Por despir.
Inverno.
Verão.
Sentir.
E que seja um sentir de arrepio.
Assumam esse arrepio.
Este miocárdio é para ti que tiveste e tens esse arrepio.
Tal como dizem os Judeus:
"Uma árvore não pode ser derrubada com um só golpe."
Miocárdio Pedido ao som de Conquest Of Paradise By Vangelis

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Estranha Loucura Esta



[Auto-Retrato, Praia da Guia - Algarve, 2006, FF]

"Há em mim várias figuras.

Quando uma fala, a outra está calada.

Era suportável.

Mas agora não: agora põem-se a falar ao mesmo tempo."

Raul Brandão in Húmus

sábado, 20 de janeiro de 2007

Enquanto houver

[Praça da Fruta - Caldas da Rainha, 2006, FF]
"Enquanto houver um sorriso
enquanto houver um fascínio
vento a soprar-nos na cara
e a roupa a tocar na pele
enquanto houver companhianos avessos do caminho
podem rasgar-nos a alma
que há-de sobrar poesia
enquanto lançarmos sonhos
com a força da maré
e desvendarmos o mundo
entre incertezas e fée as coisas oscilar
e mao segredar-se uma jura
podem rasgar-nos alma
que há-de sobrar a ternura
enquanto houver um disparo
que rompa um silêncio vão
enquanto o tempo doerao escorregar-nos das mão
se trocarmos a desculpapela culpa da verdade
podem rasgar-nos a alma
que há-de sobrar-nos vontade"
Mafalda Veiga

Gira gira gira .. que o vento tende a tardar!

[Algarve, 2006, FF]
"Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais."
Alberto Caeiro
E eu ando tão cansada de andar à chuva....

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Fotodicionário - Música

[ 2006, FF]

Para quem já conhece o blog não é novidade.

Para quem não conhece faz favor lá ir.

Todas as semanas sugerem uma palavra.

O que a malta tem que fazer é enviar a imagem / fotografia

que na sua opinião ilustra essa mesma palavra.

Para a dona daquele estaminé um abraço enorme por partilhar connosco

tantos olhares, vivências e sentires.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Nós Próprios

[Algures numa estrada na Serra de Montejunto, 2006, FF]

"O medo é muitas vezes o muro que impede as pessoas de fazerem uma série de coisas. Claro que o medo também pode ser positivo, em certa medida ajuda a que se equilibrem alguns elementos e se tenham certas coisas em consideração, mas na maior parte dos casos é negativo, é algo que nos faz mal. (...) O pior medo é o medo de nós próprios e a pior opressão é a auto-opressão. Antes de se tentar lutar contra qualquer outra coisa, penso que é importante lutarmos contra ela e conquistarmos a liberdade de não termos medo de nós próprios."

José Luís Peixoto in Notícias Magazine (DN)


terça-feira, 16 de janeiro de 2007

A liberdade é uma maluca


[Praia de Peniche com Baleal como pano de fundo, 2006, FF]

"Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo"
Jorge Palma

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Fantasmas

[FIESA - Cidade de Areia, 2006, FF]

"A razão porque os fantasmas abandonaram os velhos castelos da Escócia
é porque as pessoas deixaram de acreditar neles."
Gilbert Chesterton
E vocês?
Ainda acreditam em fantasmas?
Quais os seus nomes?

Pano de Fundo

[Serra de Montejunto com o Oceano como pano de fundo, 2006, FF]
"Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!"
Álvaro de Campos

sábado, 13 de janeiro de 2007

Cordão Umbilical

[Serra de Montejunto, 2006, FF]
Sinto depressão conforme perco tempo essencial
Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital
Tendo para mais louco não sou patológico como um papel vegetal

Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal
Faz-me um
Faz-me um favor estou perdido indica-me algo de fundamental

Acho que o que gosto em mim o que me emotiva é uma preguiça transcendental
E em ti o que me torna em afimo que me cativa é esse sorriso vertical
como um impressão digital

Sinto-te uma fotocópia prefiro o original
Edição revista e aumentada cordão umbilical
Exclusivo a morder a página em papel jornal
GNR

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Serenidade

[Algures no Oeste, 2006, FF]
"Pois, A emoção é decerto uma forma de se subir mais alto.
E quando cai, de se cair de mais alto.
Aprende a serenidade.
Porque mesmo que caias, não te magoas tanto."
Vergílio Ferreira in Pensar

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Saudades

[Ilha do Baleal, 2006, FF]
Onda dedicada a um grande amigo que faria, e para mim ainda faz, 32 anos.
Para ti todo o Sal desta vida.
E como tu próprio dizes, não se pode fugir ao Presente...
E se temos que o viver que seja a rir.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Rudezas

[Serra de Montejunto, 2006, FF]

"Certas rudezas de estilo são garantias da integridade do pensamento.
Existe só uma forma de dizer o que pensamos,
e por que razão teria que ser agradável?"

Jean Rostand


terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Fendas... de Tempo!

[Cabo Carvoeiro, 2006, FF]
"Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede."

Alberto Caeiro


domingo, 7 de janeiro de 2007

Sintonia

[Óbidos - Vila Natal, Dezembro 2006, FF]
"Silêncio é um esquecimento mental
que nos permite comunicar
profundamente com alguém."
Maria José Costa Félix in Revista XIS (Público)

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Desenvencilhar




[Praia da Areia Branca, 2006, FF]

" Sabendo nós que a vida é sempre agora e aqui, não nos conseguimos desenvencilhar de uma perspectiva, a que chamamos temporal, em que só a sequência de acontecimentos, só a história do que foi e do que será, parece organizar factos dispersos e significar a nossa existência com a singularidade e a dignidade que achamos que deve ter. "

Isabel Leal in Notícias Magazine (DN)

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Palavras

[Praça da Fruta - Caldas da Rainha, 2006, FF]

"Nem tudo é passível de ser dito e nem tudo é possível ser escutado.

As palavras são libertadoras e transformadoras

mas também podem ser armas poderosas."

Laurinda Alves in Revista XIS (Público)