"Morre-se de amor.
Baptista-Bastos
[Murtal, Carcavelos, Julho de 2010, FF]
Se eu fosse um animal seria Cavalo. Está na hora de galopar... É esta a hora.
[Óbidos, 18 de Julho de 2010, FF]
Às vezes.
Tantas vezes.
A amizade é assim.
Não é sinal de fraqueza o pedir ajuda.
Nem de fortaleza o ajudar.
Hoje ao almoço alguém disse:
"Já não existe gente boa. E quem acha que sim, é parvo."
ohh fodasse e como vivem os amigos afinal?
Nahhh ...... prefiro ser parva. A ser estúpida.
Entenda-se por estúpida o deixar de viver com medo de ter fé nas pessoas.
Boa Semana.
Bons gestos. Boas lágrimas. Bons sorrisos. Boas pessoas.
[Algures no interior alentejano, foi num destes dias, 2010]
E pronto. Sei que não é do interesse público, mas o miocárdio está a modos que como a porta, nos entretantos da abertura.
Estou fartinha de estar como esta senhora.
Até já.
Beijos e abraços.
[Porto, 31 de Janeiro de 2010, FF]
"O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas."
Raúl Brandão in Húmus
[Algures no Alentejo, FF]
"Penso, muitas vezes,
que não são os pensamentos que são demasiado profundos para as lágrimas,
mas as lágrimas que são demasiado profundas para o pensamento."
"(...) Que se passou portanto? Chegámos ao sentimento do não valor da existência quando compreendemos que ela não pode interpretar-se, no seu conjunto, nem com a ajuda do conceito de fim, nem com a do conceito de unidade, nem com a do conceito de verdade. Não chegamos a nada, não logramos coisa nenhuma dessa espécie; a unidade global não aparece na pluralidade do devir: o carácter da existência não é o de ser verdadeira, mas o de ser falsa (...) não há razão alguma para nos persuadirmos de que existe um mundo verdadeiro. (...) Em suma, as categorias de fim, de unidade, de ser, graças às quais demos um valor ao mundo, retiramos-lhas e o mundo parece ter perdido todo o valor."
Friedrich Nietzsche
[Sintra, Janeiro de 2010, FF]
Gosto de árvores. E dos ramos. Que parecem veias. A perfurar o AR.
Rompe o organismo. O universo.
E ficamos assim. Asmáticos de sentires.
Ás vezes as folhas caem no Verão. E ficam amarelas na Primavera.
E ás vezes [mas, só ás vezes] ficam assim... desprotegidas. Nuas.
Há Vento.
Paradoxos.
É o que é.
...
[Évora - Não sei o nome da Igreja, FF]
"A arte é, provavelmente, uma experiência inútil; como a «paixão inútil» em que cristaliza o homem. Mas inútil apenas como tragédia de que a humanidade beneficie; porque a arte é a menos trágica das ocupações, porque isso não envolve uma moral objectiva. Mas se todos os artistas da terra parassem durante umas horas, deixassem de produzir uma ideia, um quadro, uma nota de música, fazia-se um deserto extraordinário. Acreditem que os teares paravam, também, e as fábricas; as gares ficavam estranhamente vazias, as mulheres emudeciam. A arte é, no entanto, uma coisa explosiva. Houve, e há decerto em qualquer lugar da terra, pessoas que se dedicam à experiência inútil que é a arte, pessoas como Virgílio, por exemplo, e que sabem que o seu silêncio pode ser mortal. Se os poetas se calassem subitamente e só ficasse no ar o ruído dos motores, porque até o vento se calava no fundo dos vales, penso que até as guerras se iam extinguindo, sem derrota e sem vitória, com a mansidão das coisas estéreis. O laço da ficção, que gera a expectativa, é mais forte do que todas as realidades acumuláveis. Se ele se quebra, o equilíbrio entre os seres sofre grave prejuízo."
Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito'