terça-feira, 2 de junho de 2009

[Carcavelos, Maio de 2009, FF]


7 comentários:

Anónimo disse...

Quando penso vou obedecendo sem o saber.
Recebo no pensamento que vou fazendo a palavra já feita pelo muito pensar de outros, e arrasto-a com tudo que ela traz dos outros para a utilizar e dizer o que penso.

Tudo o que penso para além da palavra dada, já nada posso dizer com ela.

Para além da palavra onde corre o meu pensamento muito mais há... em outros lugares... um gesto, uma imagem, um olhar, um som, um tocar, um silêncio, ou mesmo ainda a própria palavra, não trazendo aquele pensar imediatamente claro, mas um outro “pensar” com a palavra sentida.

Estranha pessoa esta disse...

Belíssimo.
....
Nu. Cru.
Sentido.

... Belo!

Ás de Copas disse...

Nem uma coisa nem outra!

Mαğΐα disse...

Cum ...............

Mas é preciso escolher?!

Sinto!

Mαğΐα disse...

Xiu Estranhex, não precisas de me responder nem de me dizer nada!

Dispenso o teu comentário aqui por baixo do meu!

Mαğΐα disse...

Mas gostei!
Gostei da photo!

E desse comment anónimo aí de cima também!

É.
Gostei!

Mas não gosto de perguntas com a possibilidade de apenas duas respostas! Prendem-me o sentir!

FUI!

Anónimo disse...

Se penso ou obedeço?

Não sou propenso a esse género de perguntas. Tenho uma real aversão a este tipo de formatação de questões e perguntas – preto ou branco. Tal como tenho absoluta aversão a programas de concursos televisivos. Igualmente repugna-me responder a perguntas do género: Qual o teu filme preferido? Qual o livro da tua vida? Todavia sempre que posso tenho-os por pertos, perdendo-me no que me dizem ou não me dizem.

Como não sou feito só de aversões disto e daquilo (e muitas vezes sou estupidamente tolerante com estas aversões), e sem quer abdicar nas minhas convicções, também me ponho no lugar de não me formatar pelas minhas embirrações. Fico num claro impasse com a evidente consequência de me dirigir para um “limbo”.

Recuando para o momento antes onde as minhas legítimas aversões tomam lugar, antes do meu olhar ficar cativo por elas e não poder prosseguir livremente no meu impulso de estar a olhar, de ser inibido de ver para além de algum pré-juízo disto e daquilo... deparo que a pergunta também tem um olhar sobre o meu olhar – olho a pergunta, olhando ela para mim pelo meu olhar – Irónica e aparentemente com propósito de colocar numa “armadilha”...

Uma armadilha inócua, com abertura de espírito, pelo o espaço onde está, pelo seu grafismo, certamente não está imbuída de alguma imposição, não é nenhum formulário de inquérito ou algo parecido, de modo posso utilizar de alguma liberdade [embora não seja bem assim, mais adiante possa melhor entender isso] por isso aceito ou não o desafio que me pode provocar.
Permanecendo no limbo... vejo que vou caminhando nesta “armadilha”... para já isso não me deve impedir de continuar...

Então o que vejo no designei de “armadilha”?
Que alguém andar de facto a pensar... pensa que é possível fazer a pergunta e provavelmente uma resposta a “Tu pensas ou obedeces?”, e não só a pensar no que está exacta e claramente expresso..., pensa, mesmo que não claramente consciente deste pensamento, que é possível por meio do gesto de “desenhar” traços (caracteres) colocados obedecendo a uma determinada ordem pode, no espaço geométrico de vivências com os outros, ser possível partilhar uma preocupação ou inquietude, mesmo que difusamente perdida na ironia embaraçosa de uma provocação espontaneamente que decorre do gesto da alma.

Ainda liberto, momentaneamente, das minhas aversões [que não irão faltar oportunidades de eu voltar a elas] e colocando-me no “limbo”, vejo que, então, a resposta está obviamente na própria pergunta – penso e obedeço – tal como o autor da pergunta. Mas esta “armadilha” leva-me a um outro impasse embaraçoso, por querer ser autêntico com aquilo de que julgo, assim, ver, fico confrontado com uma outra questão, não com a directamente expressa, mas julgo ser o centro do desafio que a pergunta propõe – até onde vai a tua liberdade? –

Agora melhor percebo porque aceitei esta proposta de responder. Gosto efectivamente da pergunta.

Que gesto genial de quem a fez! Não é tão despiciente quanto pode parecer. Está lá com intuito para livremente ser pensada. E não foi feita para “um consumo interno” que quem lá a colocou, se assim fosse a tinha guardado e resguardado para si.