domingo, 31 de janeiro de 2010

Grito

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[Porto, 31 de Janeiro de 2010, FF]

"O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas."

Raúl Brandão in Húmus

2 comentários:

Mαğΐα disse...

É.
É PORRA!

Existem sossegos que desassossegam MUITO mais que qualquer pesadelo...


É fodido!

Mαğΐα disse...

Fiquei a pensar...

Um sorriso do lado de fora...

Qual será a expressão que está do lado de dentro da porta...