"Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo.
E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas ilusões de que tudo podia ser meu pra sempre. "
5 comentários:
Porque acredito que este post teve uma origem...
Deixo-te "apenas" UM BEIJO!
acredito nestas palavras....
beijo vagabundo
quem escreveu?
palavras de um pensamento quase budista, o desapego. não sou budista, sou demasiado emocional para tal. mas não acredito na posse. falho, claro. um espírito num corpo humano nada iluminado :)
na eternidade das pedras, sempre. basta pousar as mãos sobre elas e escutá-las. ou o vento, as árvores, as ervas. o mar.
quando mergulhamos num céu estrelado sabemo-nos imensos e de mais nada precisamos (excepto do deus ordenado bah!)
Por momentos fiquei com o olhos a lacrimejar......
"Nada se perde tudo se transforma..."
dizia alguém algures (não me lembro quem...)
É nisso que eu acredito,
se hoje amo alguém, amanhã não o esqueço,
posso sim, continuar a ama-lo,
transformar esse amor em ódio, mágoa, saudade,
ou outra coisa qualquer
mas este nunca desaparece, transforma-se...
E porque não transforma-lo em algo positivo?
A negatividade só nos faz mal
por isso gritemos com ela até que se vá embora...
Arroz de marisco... Olha, comecei a salivar tal e qual aqueles cãezinhos de Pavlov...
Violência? Só no futebol, para insultar o arbitro!
Beijinhos Grandes!
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