terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Engenheiro. Senhor Engenheiro.

Houve um dia. Que falamos de sonhos.
E ninguém os tinha.
Houve um dia. Que uma das crianças disse que tinha o sonho de ser engenheiro.
E as restantes crianças rebolaram no chão. A rir.
Houve mesmo quem chorasse, agarrado à barriga. De tanto rir.
... Era absurdo. Era tão absurdo alguém sonhar. E logo ser engenheiro. Que dava para rir. A bom rir.
E escureceu. E ficou de noite. E era hora do jantar. E no meio do nada. Sem luz. Floresta por todos os lados. Este. Norte.
E a tal criança. A única. Aquela que tinha o atrevimento de sonhar. Subiu a uma árvore. E colheu fruta. E jantamos. Foi o único que se atreveu, no meio de toda aquela escuridão. E os outros que riram durante a tarde, da loucura do seu sonho. Agora jantavam, pelo seu atrevimento. Chovia. Foi talvez da noite mais clara e mais quente de todas as viagens. No fim. Dormimos. No chão molhado. Sobre as estrelas. Na fotografia. Do lado esquerdo, a criança que sonha. E que já é engenheiro do seu próprio sorriso. [A propósito do dia Mundial dos Direitos Humanos, partilho esta história que é tão minha. Por um mundo, em que ainda possa ser possível... sonhar.]

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1 comentário:

mfc disse...

Um texto lindo e que nos faz pensar quanto importante é o sonho... e o possibilitarmos aos outros essa oportunidade!